Inquieta

Sei que deveria te deixar. Mas você está preso em mim. Eu me procuro. Enrolada no teu adeus, deitada nas tuas lembranças. Eu já não sei do que vivo, eu já não sei outra forma de sentir dor. Você faz parte disso. E talvez agora seja cedo demais pra me deixar aqui, escrevendo cartas sem endereço, naquele papel rasgado que é nosso amor. Quem deixou de amar primeiro? Já não vejo razão na ordem, o caos não passa da rotina constante que é viver sem você. Só não esquece, assim como você esqueceu da nossa necessidade de se encontrar um no outro. Somos a perda. E assim, quando eu sumir, você vai desaparecer dentro de mim. Sem rastros, sem deixar algo em algum lugar. Nós somos ninguém, quando não somos nós.

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