Ainda nós.


E eu, que não me imaginava um beijo sem você, me vejo de costas pra esses dois anos. É assim que as coisas são, não é, amor? Aquele dez de dezembro fazia um sol horrível lindo, intenso. E agora, olhe só. Tem chovido há semanas. Mas eu espero que ao menos, no fim de tarde, naquele horário que eu te deixei ir embora com tudo que era meu, faça um sol estrondoso. Um sol que ultrapasse as paredes de cimento que eu deixei o tempo construir ao meu redor. Talvez, só lembrar tudo isso destrua pouco a pouco essa ausência que me manteve num coma-vivo. Eu sei que as coisas são diferentes agora, eu sei que se chover você não vem me dar mais um beijo, só pra dizer que dez de dezembro será sempre nosso. Mas eu sei também, que se fizer sol, ainda sim você não vem. Mas as lembranças virão, e ao menos, elas ainda são minhas.

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